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Alunos interpretam clássico da Literatura

25 de Agosto, 17:20

O Auto da Barca do Inferno, do escritor Gil Vicente, um dos clássicos da literatura foi interpretada em forma de teatro pelos alunos do 1º ano do Ensino Médio do Centro de Educação Básica São José. A atividade, que faz parte da disciplina de Literatura, teve o objetivo de fixar o conteúdo da obra, realizando uma adaptação para o contexto atual, modernizando a linguagem.

O "Auto da Barca do Inferno" (c. 1517) representa o juízo final católico de forma satírica e com forte apelo moral. O cenário é uma espécie de porto, onde se encontram duas barcas: uma com destino ao inferno, comandada pelo diabo, e a outra, com destino ao paraíso, comandada por um anjo. Ambos os comandantes aguardam os mortos, que são as almas que seguirão ao paraíso ou ao inferno.

A apresentação foi realizada no saguão da escola, e na plateia, assistiram à apresentação os alunos das turmas A e B do 8º ano. A arrumação, decoração, figurino também foram elaborados pelos alunos. “De forma lúdica aprenderam sobre a obra, seus personagens, sobre o autor da época e a respeito Humanismo em Portugal”, explica a vice-diretora, professora Olívia Coldebella, destacando que o foco pedagógico desta atividade foi trabalhar sobre o conteúdo do Humanismo em Portugal.

Com a realização desta interpretação a partir de uma obra literária os estudantes foram avaliados pela adaptação da obra, caracterização dos personagens, dramatização, elaboração do cenário e também pela organização de todos os passos necessários à realização do teatro.

SOBRE A OBRA

"Auto" é uma designação genérica para peça, pequena representação teatral. Originário na Idade Média, tinha de início caráter religioso; depois tornou-se popular, para distração do povo. Foi Gil Vicente (1465-c. 1537) que introduziu esse tipo de teatro em Portugal.
Foi escrita na passagem da Idade Média para a Idade Moderna e oscila entre os valores morais de duas épocas: ao mesmo tempo que há uma severa crítica à sociedade, típica da Idade Moderna, a obra também está religiosamente voltada para a figura de Deus, o que é uma característica medieval.
A sátira social é implacável e coloca em prática um lema, que é "rindo, corrigem-se os defeitos da sociedade". A obra tem, portanto, valor educativo muito forte. A sátira vicentina serve para nos mostrar, tocando nas feridas sociais de seu tempo, que havia um mundo melhor, em que todos eram melhores. Mas é um mundo perdido, infelizmente. Ou seja, a mensagem final, por trás dos risos, é um tanto pessimista.

Fonte: Uol Educação